quarta-feira, 23 de junho de 2010

Qual é a razão da fidelidade?

Após analisar o comportamento biológico do ser humano durante uma relação afetiva, devemos nos questionar:
Se é natural para o ser humano, biologicamente, principalmente para o homem, se relacionar com mais de uma pessoa, por que, culturalmente, é considerado errado se relacionar de forma não-monogâmica???
Aristóteles, em seu livro "A Política", fala sobre a composição de uma seciedade e sobre família. Neste trecho ele critica o que Sócrates considerava como ideal de família ( que todas as mulheres e filhos pertencessem a todos, formando assim uma família comum):


"Se supuséssemos que o maior bem de um Estado é ser reduzido à
unidade, esta não seria demonstrada pela hipótese de que todos os cidadãos
concordassem em dizer: "Isto é e não é meu", linguagem que Sócrates
considera sinal de sua perfeita unidade.
A palavra "todos" tem dois significados. Se a tomarmos
distributivamente, haverá alguma verdade nas palavras de Sócrates, podendo
cada um, de fato, dizer de sua mulher e de seu filho que são seus, e o mesmo
sobre seus bens e sobre o que lhe diz respeito pessoalmente; mas os que
tivessem mulheres e crianças em comum não poderiam dizer o mesmo. A
palavra "todos" não tem a idéia de cada um deles em particular; empregá-la,
neste caso, é um paralogismo.
Encontra-se a mesma ambigüidade em um "casal", que significa ora os
dois indivíduos, ora o seu conjunto; conseqüentemente, um número par no
primeiro sentido e ímpar no segundo, o que pode ocasionar grandes equívocos.
Sem dúvida, é permitido a todos e a cada um falar da mesma forma, pois
isto é bom em si; mas a coisa é impossível e inútil para a uniformidade de
sentimentos."


Talvez a monogamia, a fidelidade etc., sejam sim uma questão ligada à "posse" de alguém e ao dar um maior valor ao que "me pertence", mas além disso, são princípios indiscutíveis, por exemplo, no cristianismo e talvez por isso, seja algo tão fixo na ética e na moral das pessoas, como se esses fossem quesitos fundamentais para uma sociedade organizada.
Dentre os "Dez mandamentos" que são seguidos no judaísmo, catolicismo, presbiterianismo etc., o sétimo diz: "Não adulterarás."
Além disso, segundo a Bíblia, Jesus diz: “Mas eu lhes digo: quem olhar para uma mulher e desejar possuí-la já cometeu adultério no seu coração.” (Mt 5.28 NTLH)
Jesus completa dizendo: “Portanto, se o seu olho direito faz com que você peque, arranque-o e jogue-o fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ser atirado no inferno.” (Mt 5.29 NTLH).

Existem outros aspectos a serem estudados para descobrir o que faz com que o homem reprima seus instintos, além da manutenção da estrutura familiar e dos dogmas relgiosos, e o que realmente é a infidelidade.
Talvez um dia essas questões sejam realmente respondidas.

3 comentários:

  1. Sabe que já saiu um estudo biologico sobre isso. Vou procurar e posto aqui. É bem interessante os tipos d substancias que uns tem e outros não, e que levam a tal comportamento.

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  2. Ai gente, mas será que essa crença de que "o instinto natural do ser humano é a poligamia" é tão absoluto assim? Será que ele realmente está correto?
    Até que ponto ele está certo e o modo monogâmico de vida está indo de encontro aos nossos instintos? Será que nós tb não nascemos para ser de uma pessoa só?

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  3. oi Jennifer,
    bom, pelo que temos pesquisado esse é o modo como reagimos aos instintos mesmo.. mas se sempre seguissemos nossos instintos o mundo seria um caos. É por isso que é importante a racionalização do homem e o mais importante ainda, o respeito entre as pessoas.. isso eh importante em uma relação monogamica e aberta, desde que os sentimentos das pessoas envolvidas sejam respeitados.
    obrigada por comentar e espero que voce continue visitando nosso blog. :*

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