sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Representações de gênero em campanhas televisivas oficiais de prevenção ao HIV/AIDS

Em recente pesquisa para o projeto entrei em contato com um artigo dos autores Dagmar Estermann Meyer da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Luis Henrique Sacchi dos Santos (Universidade Luterana do Brasil), Dora Lúcia de Oliveira (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e Daniela Montano Wilhelms (Grupo Hospitalar Conceição), intitulado 'Mulher sem-vergonha' e 'traidor responsável': problematizando representações de gênero em anúncios televisivos oficiais de prevenção ao HIV/AIDS.

O texto é articulado a partir da critica pós estruturalista foucaultiana considerando alguns pressupostos essenciais, dentre eles o de cultura como ambiente de contestação produzindo sentidos e sujeitos singulares dentro de diferentes grupos sociais¹ e linguagem como elemento central de organização social e cultural².

O artigo ainda traz opiniões de homens e mulheres ante as propagandas oficiais³ e constata que as mulheres ainda são posicionadas como submissas cuja auto-estima precisa ser ativada, sendo que o homem é apresentado como um ser dotado de impulsos sexuais incontroláveis.

Porém as mulheres já não são interpretadas pelos populares como uma unidade fixa, há "a mulher casada", "a menina pobre", e até mesmo "a moça do anúncio", visto que nenhum dos entrevistados reconheceu os elementos da campanha como representação da realidade.

Por isso o Ministério da saúde vem investindo em projetos que a multiplicidade de ser homem ou mulher dá espaço para a campanha sem foco no gênero, como é o caso da campanha em que aparece uma mão tirando um preservativo masculino da gaveta.

¹Cf. Tomaz SILVA, 1999.
²Cf. Stuart HALL, 1997.
³Entrevista com pessoas vinculadas ao Programa Saúde da Família do município de Porto Alegre

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