domingo, 18 de julho de 2010

Clássicos da literatura e ciúme









No romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, o leitor testemunha a luta entre o amor e o ciúme pelo domínio do coração de Bento Santiago, sendo o ciúme o grande vitorioso.
Além do ciúme, percebe-se claramente a influência da obra Otelo, de Shakespeare, no romance.
O personagem-narrador, Bento Santiago, chama a si mesmo de “Otelo”, porém assemelha-se mais ao estilo dissimulado de Iago que ao apaixonado Otelo.

Otelo é um nobre mouro e soldado de fortuna, cujo valor o elevou ao posto de general. O herói da tragédia shakespeariana é chamado a enfrentar o impossível e a morrer sem esperança e recompensa - o ciumento mouro estrangula a inocente Desdêmona ao fim da obra.
Em Dom Casmurro, a suspeita de que Capitu traiu Bentinho é reforçada constantemente pelo próprio personagem-narrador. Chega-se ao limite de Bentinho também querer tirar a própria vida e até mesmo a de seu filho, que ele suspeitava ser filho de Escobar, com uma xícara de café envenenado.
Em ambas as obras o ciúme só trouxe sofrimento e arrependimento. No último capítulo de Dom Casmurro, Bentinho cita uma frase de Jesus: "Não tenhas ciúmes de tua mulher para que ela não se meta a enganar-te com a malícia que aprender de ti."

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