segunda-feira, 19 de julho de 2010

Reportagem da revista Claudia - junho/2010

Maria Emilia Kubrusly

O tema da infidelidade é um clássico. Na vida a dois e nos consultórios. Segundo a psicanalista Gislaine Varela Mayo De Dominicis, especializada em terapia de casal, há dois grandes grupos no que diz respeito ao modo de encarar a traição. “No primeiro, estão as pessoas que têm uma constituição psíquica mais frágil e dependem do relacionamento. Podem entrar em depressão, passar por uma crise de identidade e é muito difícil que consigam perdoar e continuar junto do outro sem fazer eternas cobranças”, diz. No outro grupo, estão as mais seguras de si, com boa autoestima e independência do parceiro. “Estas costumam reagir com raiva por se sentirem trocadas, pelo contrato de fidelidade ter sido rompido, e muitas vezes querem se vingar. É mais provável, porém, que consigam superar melhor a crise.” Em qualquer situação, Gislaine considera a terapia fundamental para tratar a mágoa que fica e acaba atrapalhando o casamento.
Numa relação monogâmica, quando ocorre uma infidelidade, o susto ou a decepção é enorme, mas os especialistas acreditam que, em geral, a pessoa traída já sabia ou intuía, mas preferia não confrontar o parceiro. Para Gislaine, muitos homens deixam rastros porque, no fundo, querem ser pegos, ou então eles mesmos revelam porque não é fácil sustentar segredos ou mentiras. No entanto, o conceito de lealdade conjugal depende do contexto e do indivíduo. Para muitos homens, uma transa eventual, sem vínculo afetivo, não é traição. Veja a seguir os relatos de uma mulher traída e de um homem infiel. Ambos continuam casados com os respectivos parceiros, mas tiveram que repensar suas relações.

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